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Barroco e rococó

Arquitetura do Brasil

 Século XVIII: Barroco e rococó

Igreja do Convento de São Francisco, João Pessoa
Chegando com certo atraso em relação aos desenvolvimentos estéticos europeus, o barroco começou a ser notado no Brasil a partir do século XVII, nos centros de Salvador e São Paulo, gradualmente se disseminando para o resto do país, alcançando desde o Pará até o extremo sul, e penetrando pelo interior até Goiás e Mato Grosso. O barroco criou um extenso acervo de arte e arquitetura no Brasil, de alta qualidade, e tornou-se de certa forma típico de todo o período colonial, levando a certos autores o nomearem de "a alma do Brasil". Sua influência se estenderia até o século XIX, como se pode constatar nas edificações perfeitamente barrocas de igrejas como a antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, datada de 1817, ou o exemplo ainda mais tardio da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na mesma cidade, cuja construção iniciou em 1851, embora já com alguns traços neoclássicos,
especialmente na decoração interna. Outros exemplos tardios são a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de Goiânia, cuja fachada só foi concluída em 1836, e a grande Igreja da Candelária, só concluída em 1877 seguindo um projeto do século anterior.
Este estilo, cujos maiores expoentes são edifícios religiosos, com o tempo foi-se modificando, passando de uma arquitetura sólida e austera derivada da herança quinhentista, com frontões discretos, torres com coroamento piramidal simples e frontispícios pouco elaborados, até chegar a uma fase onde as fachadas e interiores recebem ornamentação muito mais movimentada e com grande riqueza e requinte nos detalhes.
Igreja de São Francisco em Ouro Preto
Da primeira fase podem-se citar alguns exemplos no Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro, na Igreja de Nossa Senhora do Desterro em Olinda, na Catedral de Salvador, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Goiânia. Já em transição para um estilo mais rebuscado é a exemplar Igreja de São Francisco de Salvador, cujo interior é um dos mais ricos em talha em todo o país. Em João Pessoa os franciscanos deixaram o primeiro templo puramente barroco, em seu Convento e Igreja.
Da segunda fase, cujo final já é rococó, temos magníficos exemplos em várias partes do Brasil, especialmente em Salvador, Recife e no estado de Minas Gerais, onde brilhou o arquiteto e escultor Aleijadinho, oferecendo soluções originais como plantas em elipse, fachadas curvas e torres circulares. Alguns templos barrocos de grande significado são:
  • No Recife: a Igreja de Santo Antônio, a Basílica de Nossa Senhora do Carmo, cuja fachada é discreta mas cujo interior tem uma das mais exuberantes decorações rococós do país, a Matriz de Santo Antônio, igualmente com esplêndida talha nos altares.
  • Em Salvador: Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
  • Em Minas Gerais: a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a originalíssima Igreja de São Francisco, talvez a obra máxima de Aleijadinho, todas estas em Ouro Preto. Diversas outras cidades mineiras possuem exemplares significativos de arquitetura rococó, entre elas Sabará, Serro, Mariana, e sobretudo Congonhas, onde existe o grande complexo arquitetônico do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.
  • No Rio de Janeiro: Igreja do Carmo, e a discreta mas mui graciosa Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro.
O Museu da Inconfidência em Ouro Preto.
Na arquitetura civil o barroco deixou relativamente poucos edifícios de maior vulto. As residências se caracterizam por apresentarem fachadas de um ou dois pavimentos (em alguns centros importantes como Salvador e São Luís podendo chegar a quatro pavimentos), com aberturas simples em arco abatido ou retangulares, emolduradas em madeira, mais raramente em pedra, e um telhado igualmente simples com beiral, às vezes com alguma ornamentação discreta como uma suave curvatura e telhas em bico nos cantos do telhado e sacadas com gradis de ferro trabalhado.

Típica residência popular colonial das áreas rurais.
Famílias ricas podiam construir solares mais amplos e ornamentados, com azulejos na fachada, arcadas e alguma estatuária decorativa, como exemplificam o Palácio do Conde dos Arcos e do Solar do Saldanha em Salvador. Também nas fazendas do interior sobrevivem alguns casarões senhoriais de grande interesse, alguns de grandes dimensões, como a casa-grande do Engenho da Freguesia, no Recôncavo Baiano, embora sua arquitetura em linhas gerais seja bastante simples, com um prédio principal de residência do proprietário e outros anexos para a senzala, depósitos de ferramentas e alimentos, abrigos para animais e casinhas para os lavradores. Caso singular em um gênero diverso é o Aqueduto da carioca, uma grande obra civil para condução de água erguido entre os séculos XVII e XVIII, localizada no Rio de Janeiro, com 270 m de extensão e 17 m de altura.
O Paço Imperial.
Dos prédios oficiais poucos sobreviveram sem alterações. Um dos mais significativos é a antiga Casa da Câmara e Cadeia de Ouro Preto, hoje o Museu da Inconfidência, com uma rica fachada onde há um pórtico com colunas, escadaria de acesso, uma torre, estátuas ornamentais e estrutura em cantaria. Também importante é o Paço Imperial no Rio, antiga residência da família real.
Cidades como Salvador, Olinda, São Luís no Maranhão, Goiás Velho, e diversas em Minas Gerais, notadamente Ouro Preto e Diamantina, ainda preservam numerosos exemplares de arquitetura civil e religiosa típicas do barroco colonial em seus centros históricos, que foram declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO em vista de sua importância histórica e arquitetônica.

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