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Arquitetura do Brasil

Neoclassicismo

 O Neoclassicismo é reputado como tendo sido oficialmente introduzido no Brasil pela Missão Francesa de 1816, embora elementos palladianos possam ser notados desde o século anterior no norte do país com a atuação do arquiteto Antônio José Landi, autor dentre outras obras da Catedral Metropolitana de Belém, datada de 1755, e traços neoclássicos já estão presentes nas obras arquitetônicas do Mestre Valentim, atuando no Rio. Contudo, é certo que a Missão desempenhou um papel crucial na difusão dos ideais neoclássicos a partir da capital, incentivada pela necessidade de se reorganizar a planta urbana do Rio após a chegada da família real portuguesa.

A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios fundada sob influência dos franceses incluía um curso completo de arquitetura, passando a ser ministrado efetivamente em 1826 na Aula de Arquitetura Civil por Grandjean de Montigny, sendo, depois da Aula de Fortificações de Salvador e da Real Academia de Artilharia Fortificação e Desenho do Rio de Janeiro, a terceira escola regular de ensino arquitetônico a ser fundada no Brasil. O próprio projeto do edifício-sede [15] era uma expressão pura do neoclássico francês em seu desenho, com fachada simétrica e um grande portal centralizado em ordem jônica, mas infelizmente apenas este elemento sobreviveu até nossos dias [16], instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Mesmo tendo a Missão Francesa esta função de divisor de águas na história da arquitetura brasileira, seria ingênuo supor que a herança anterior deixasse subitamente de influir na técnica e na estética das construções desta primeira metade do século XIX, especialmente em locais afastados da corte carioca. Como bem observou Sonia Gomes Pereira:
"(…) é possível observar na prática arquitetônica do século XIX um conjunto muito mais complexo, em que vários elementos estão imbricados: a persistência de formas e técnicas coloniais; a necessidade de novos programas e funções; a incorporação de materiais importados; a diversificação dos agentes; os novos processos de formação profissional de arquitetos e engenheiros; além da sincronicidade de várias linguagens formais (…) Portanto, em lugar de uma só feição dominante, coexistem técnicas, programas e estilos do passado e do presente, evidenciando a permanência da tradição colonial, entrelaçada no desejo de modernização e na necessidade de construção imaginária da nova nação." [11]
De qualquer forma o barroco colonial iria gradualmente extinguindo sua presença e a corrente neoclássica ganharia predominância, com um centro difusor principal, o Rio de Janeiro, onde o estilo oficial seria basicamente uma importação na íntegra de referenciais estrangeiros, incluindo os materiais de construção e os artífices, e o interior do país, onde as circunstâncias geográficas, sociais e econômicas obrigaram à criação de um estilo simplificado, provinciano e superficial.
Evidenciando o processo artificial de evolução representado pela imposição súbita do neoclassicismo, o estilo se caracterizou pela repetição exaustiva de números limitados de fórmulas, predominando a demarcação de um pórtico central com frontão triangular sustentado por colunas clássicas, que às vezes se aplicavam a toda a extensão da fachada sob forma de pilastras, e mesmo em casos adotando um esquema de peristilo.
Não obstante seu debatido mérito, o neoclassicismo deixaria diversos exemplos significativos em vários pontos do Brasil. Pode-se citar o Palácio Real da Quinta da Boa Vista e a Santa Casa de Misericórdia no Rio, o Teatro de Santa Isabel em Recife, o antigo Palácio de Verão de Dom Pedro II, hoje o Museu Imperial em Petrópolis, o Theatro da Paz em Belém do Pará e o Palácio dos Leões em São Luís do Maranhão. Ainda com um perfil neoclássico mas já apontando para o ecletismo que viria a seguir é o majestoso Museu do Ipiranga em São Paulo.

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